Vera

sábado, 1 de maio de 2010

Outono do meu ser

Outono do meu ser



E se veio à frente fria
Trazendo um pouco de chuva
Mas o que trouxe mais foi ventania
Como um lamento o vento uiva
Sacando as folhas amareladas
Desnudando galhos e ramos
Dando as arvores desfolhadas
Um aspecto triste estranho

Já é passado o verão
O dia amanheceu nublado
Folhas mortas cobrem o chão
E se espalham pelo gramado
Bailando em redemoinhos
Impulsionadas pelos ventos enregelados
Que se achegam do país vizinho
Vindas do continente gelado

Ainda gorjeiam os pássaros
Mas não tem a mesma euforia
Cruzam de quando em vez o espaço
Os quero-queros com suas sinfonias
Quem sumiu foi beija flor
Voou para outra querência
Em busca de outro sabor
Outro néctar outra essência...

Cai à tarde com uma chuva miúda
Ai um silencio profundo no entardecer
Uma noite de céu de chumbo sem lua
São prenúncios do que vai ser
Não verei a estrela vespertina
Despontar no anoitecer
Pois cerrei as janelas da alma
Neste outono do meu ser!
Imagem Google

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