Vera

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Ares de outono na primavera




Porque me foge a poesia?
Será que é certa ausência
Deveras penso que não
Seria negar a essência...

Seria negar o inverno
O frio que ainda por cá impera
Já que as manhas têm ares de outono
Embora as flores digam que já é primavera

Ontem uma rosa roubei
De uma sebe sobre o muro
Seu perfume aspirei
Com a emoção de um menino

Era uma rosa amarela
De uma suave fragrância
Tão linda quanto aquela
Que me brindou com sua ausência

Veja já é primavera apesar da fria ausência
Guardo dentro d’alma a verdadeira essência
Pois vontade, persistência e merecimento
Andam sempre de mãos dadas
Imagem do Google

“O que não é visto não é lembrado”



Podemos eleger prioridades,
Mas não se pode mudar personalidades!
Às vezes topamos com nosso destino
No caminho que tomamos para evitá-lo
Todos tememos o que é diferente
O que é fora do consagrado
O que não é voz corrente...

Provas já foram dadas ao seu amor
Quais provas recebestes em troca?
Abnegação é palavra que a pluralidade
Ignora o seu significado,
Pois ela é antagônica ao egoísmo
Seu caráter é seu destino...

As taipas são uma maneira de caiar
A verdade, considera-se a máxima,
“O que não é visto não é lembrado”.
 Mas estas taipas apenas
Represam águas passadas...

Não ha como navegar
 Se continuas a ponderar
Quanto ao que foi o que seria
Em vez de no que pode vir a ser
Pois o que seria não volta jamais!

imagem Google

Desassossegos


Será que é a dor da saudade
Esta ardência no peito
Esta formigação esta ansiedade
Este tremor no olho esquerdo?

Esta vontade guardada
Este desejo de apenas ter
A alma apaziguada
Que assim fica quando te vê!

Será que é algum crime
Ter um espírito criança
E um coração contente
Que nunca perde a esperança?

O que nos torna humanos
São só regras e razões
O que nos torna humanos não
São também os nossos corações?

Deve ser por castigo
Que meus sonhos e desejos
Só me trazem desencantos
 E tantos desassossegos!
Imagem Google

Riso cáustico


Algumas almas têm o dom
De afastar a quem as ama
Nas quais o riso se destoa
Desmerecendo o apreço
Num deboche que magoa

Rir de tudo é desespero
Seja animal homem, pessoa
Nas palavras rebuscadas com esmero
A frieza é o presente derradeiro
Num riso caustico que no peito ecoa...

Não ai espaços entre espaços
Se os tentamos partilhar
Somos taxados de invasivos
Deveras, seria conjugar o verbo amar
Num presente imperativo!

Se já somos preteridos
Dobramos o cabo da boa esperança
Por não sermos mais queridos
De onde a vida só fez nos tirar
Por não o ser, nada se tem pra dar
Imagem Google

Marionetes


Acreditam serem Véritas  
Nas respostas evasivas, curtas
Com o mesmo toque sarcástico, iguais
Deu-nos assim consciência de que
Às semelhanças nem sempre
São meras conhecidencias
São como marionetes iludidas
De que quem manipula as cordas
São supostamente bem resolvidas...

Sabem o que é quem são
Mas refletem a outras
Como quem não tem mais alma
Passam imitá-las na forma e na ação
Balançando-se nos cordéis
Nem se quer percebem
Que os que movem as cordas
Serão supostamente coerentes
Enquanto lhes for conveniente...

Na solidão da noite o travesseiro
 Manda abrir as caixas da verdade
“Mas incertas razões as desqualificam”,
Convencem-se de que por hora
É melhor deixá-las encaixotadas
Um dia se darão conta das cordas,
Quiça as usem como escadas
 E há seu tempo se encontrem
Pena que algumas nelas se enforcam...
Imagem Google

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Não julgo nem absolvo, pondero


Temos todos um lado sombrio
O medo é uma sensação
Alguns sentem frio
Outros ficam em silencio
Não é vergonha ter medo
Vergonha é fugir e o negar...

Não julgo nem absolvo, pondero
Muitos são assombrados pelo passado
Por isso temem o futuro
Passado, presente, futuro
Tudo esta em nossas mentes
São coisas do mundo terreno
O mundo pode não ser
Apenas um lugar, mas sim
Alguém a quem amamos...

As leis do universo, ação e reação
Medo de recomeçar, não esta implícito!
O julgamento dos homens, não me importa
Posso me arrepender de algo que falei
Mas seria covardia calar
Não me pode julgar algum renitente
 Que nunca teve vicio, pois isso
 Pode não ter sido por mérito,
 Mas por mera impossibilidade...

Mas estas falas também são soberba
 De minha parte, pois tal ceticismo
 Não me terá valia depois da morte
O reflexo do depois é o mesmo
De todos imagem igual se reflete
 Nos critérios divinos posso a vir ser julgado
Como um homicida, pois cometi
Contra a mim mesmo um atentado
Com os vícios que tive na vida.
Imagem Google