Vera

quarta-feira, 31 de março de 2010

Réplica

Réplica


Quando o emérito cidadão disse ao homem: 
_Tu sabe com quem ta falando? Ele respondeu:
_ “Diga-me com quem andas e te direi quem tu és"!
Estranha resposta para quem circulava entre,
Digamos: "A ralé", esquecidos e desvalidos,
Ele podia ver suas almas,
Mas na duvida ou no medo de se expor...
Não houve a réplica só o silencio!


Preso, acorrentado e prestes a receber
 O cálice da dor a ele foi perguntado:
_És tu o filho do homem? E ele respondeu:
_ “Tu o disseste”! E outra vez
 A réplica foi o silencio.
Não era o que se queria, 
Mas o que queria a maioria...
Mesmo se lavando as mãos
O silencio deve ser ensurdecedor
Quando se houve a consciência
Deve ser como o grito das massas
Ecoando na alma de quem silencia...
Imagem Google

domingo, 14 de março de 2010

Dores da alma!

Dores da alma
Imagem: Google

Acabei de escrever mais um conto 
É mais uma história da vida
Com etapas e contra pontos
Como tantas outras escritas

Há quem diga que preciso me tratar
Que sofro da doença do século
A tal de depreção, ledo engano!
O quê pode saber o burro da terra
Quanto às dores não físicas que
Que afligem minh'alma?

Após um check-up da situação
Vão me prescrever psicotrópicos
Para aliviar a tensão
Invocando o uso tópico

Bastam-me as drogas do dia a dia
Mas ai quem pense que outras mais
Possam trazer alegria e paz
E confundem dores da alma
Com moléstias físicas irreais

O estaleck do fecho da lata de cerveja
Denuncia meu ato, não sei as horas,
Mas sei que já é madrugada
Saio para dar uma volta lá fora

Entre as frestas das nuvens
A lua aparece por alguns segundos
Sinto alguns pingos de chuva
Quebrando um silencio profundo

Acabei de tomar minha cerveja
La dentro minha comida
Esfriou sobre a mesa
Também a fome foi perdida...

Ouço a chuva ao me deitar
Ela cai mais intensa
E tendo ela para me embalar
Eu vou dormir quase em paz!

Fim de estação



imagem: Google
Não me saem do pensamento
As chuvas de primavera
Quando rio corria solto
E eu tinha o olhar Candido de “Hera”

Veio um verão de frieza
Apesar do excesso de calor
Um tempo de incertezas
De tristeza e desamor

 Sem mais nem por que
Como as águas que se vão embora
Sem nada a dizer
Do rio mudam a trajetória

E vem chegando o fim da estação
Com o março sem suas águas
Elas que foram tão abundantes na primavera
Agora estão novamente entaipadas...

Um livro deveras antigo

Imagem: Google

Não pensem que me ofendem
Quando me chamam de criança
Procuro conservar
A que carrego comigo
Pois sempre me vem à lembrança
Um livro deveras antigo

Criança é um ser de luz e não a teme
Mesmo nas fabulas ela verdadeira
E grita bem alto que o rei esta nu
Enquanto todos fingem cegueira

Talvez não seja fingimento
É que a luz da verdade é intensa
Fecha os olhos de quem tem conhecimento
A criança a encara e a diz
Às vezes por pura inocência

Tenho dito

Imagem: Google

Em verdade não sei
Se ai sentimento
Se ai para mim meu lugar
Talvez eu tenha que dormir
Na barranca do grande lago
Sobre meu pelego
Tendo por teto o firmamento
Na esperança de quiçá
Na luz do luar
Ela venha me encontrar
Se alguém perguntar
Sobre este amor
Eu posso dizer em um verso
Bem simples ou erudito
Assim como nos tantos outros
Que eu já tenho dito
Mas só o que sei
É que do porque não sei
Eu só sei que sinto...

Amém

ímagem : Google

Pairas nas horas
Sonegando-me a ti
Desperdiças o tempo
Em vez de dá-lo a mim

E o nada não te inspira
E buscando se inspirar
Torna-se repetidora
Do verso de outra pessoa

Se nega a sonhar
E no nada se espelha
Tentado ser igual
Deixa de ser verdadeira

E segue como nos ritos antigos
Dos tempos passados além
Em que poucos sabiam latim
Mas todos diziam amém

Como o gato escaldado
Que foi adestrado
A dizer que assim seja
Para agir sempre assim...

Peças do jogo

Imagem: Google

 
Cartas marcadas, pedras e dados
Sim! São peças de um jogo sofrido
No qual sempre o peão
É no tabuleiro preterido

Todas as glorias ao “há meu rei”!
O valete de espadas
Nunca esquecido
Que o valete de copas não é
Mas a dama julga-o e o condena
Como igual ou parecido...

Entra em cena o valete de bastos
Ou quiçá seja de ouro
Que se declara e recebe
Da dama poema e adornos

E o valete de copas
Que é só emoção
Já é peça descartada
Pois só oferece o coração

E seguem rolando os dados
Reposicionam-se as pedras
Pois sobre os blefes montados
Somos meras peças do jogo...

domingo, 7 de março de 2010

Desencanto


Meias palavras são o bastante,
Para um bom entendedor
Mas às vezes as emoções
Anuviam o entendimento

Na noite das duas meias noite
O poeta pede a fada um encanto
Em vez disso ela lhe deu
Um triste desencanto

Mostrou-lhe a declaração
E o poema escrito em troca
O fez saber que sua emoção
Teve pouca importância
E hora não mais importa!

Segue agora o poeta seu caminho
Ele que esperou deu tempo,
Mas tempo não teve
E no tempo ficou perdido...

Não haverá amanha
Nem mais motivo para sonhar
Porque a historia era outra
E os corações não são iguais

Imagem: Google


Sinais

O silencio quanto à viagem
Há tempos planejada
A desconsideração a mensagem
Que com carinho foi enviada

A música ao telefone
A frase feita postada
Que por ironia, como se diz,
É o titulo de um poema
Que na primavera eu fiz

O poema escrito em resposta
Que no momento não entendi
Denotava outra história
Que só eu não percebi

O meu querido
Da tão querida!
Que soava não sentido
Na despedida apressada
Era também um sinal

Mesmo assim fico contente
E meu coração me diz
Se meu amor bem assim se sente
Que seja muito feliz!
Imagem: Google

Viagem


Só existem duas viagens
As quais fazemos
Sem prévio planejamento
A ultima viagem
Ou aquela a qual se vai
Para prestar homenagem
A quem já partiu


Quem já definiu
Uma cidade um lugar
Com riqueza de detalhes
Melhor do quem já viu
Não vai viajar por viajar

Não temos o poder da onipotência
O poder de se estar à disposição
No momento em que nos queiram
Presente em outro lugar

Algumas coisas nunca mudam
E os fatos são a prova disso
Seguimos em busca de algo palpável
Que reconheçamos como verdade
Uma certeza para a viagem...
 Imagem: Google