Vera

terça-feira, 27 de março de 2012

"Valsa"


Viajo nesta melodia...
Eterna valsa ao violão
Resquícios de nostalgia
A embalar a solidão!

Floreio a viola imaginaria
Leve tal e qual a canção
O tinido da corda esticada
Repercute em meu coração!

Longos acordes de guitarra
Ungindo o silencio da noite
Circulam nas madrugadas
Instigando como um açoite
A alma desencantada!

A alvorada me surpreende
Mais um dia vejo raiar
O sol desponta no horizonte...
Resguardo meus anseios até a noite chegar
E esta valsa será uma lembrança constante!

Poema do Livro: 
"Sem Esquinas"
2008
Imagem Ilson



segunda-feira, 26 de março de 2012

Meu Jardim no Inverno

Meu jardim esta triste
O outono chegou
E fechou com chuvas o verão
As folhas caem amareladas
Pela janela a rua vazia
Parece refletir o que sinto...
Vai sumindo o verde que existia
O opaco fica mais distinto
Sinto que se afasta de mim
Sem o sol que aquece
A flor some do jardim
Aos poucos esquece
E na distancia o calor
Que meu peito emana
Com todo o meu ardor
Teme extinguir-se a chama
Trazendo-me tristeza e dor...
Poema do livro:
"Jardim Surreal"
2007
Imagem Google

sexta-feira, 2 de março de 2012

Lá L'ultima


Lá l’’ultima carta foi escrita
Na penúltima primavera
Mas não foi lá l’’ultima primavera
Também não foi lá l’’ultima carta
Nunca mais direi ser lá l’’ultima
Pois não sei quando lá l’’ultima vira!
O verão é tórrido, escaldante
E as noites parecem mais longas...
A natureza já anuncia o outono
Encurtando mais os dias
Logo vira o tempo em que as folhas caem
Mas eu sempre esperarei que ela volte
Depois do inverno e apesar
Do tempo que me vem branqueando o cenho
A cada vez a cada ano que passa.
Esperarei por ela, mesmo sabendo
Que a cada volta sua fico mais velho!
Eu espero pela primaVera, espero por ela!
Imagem Google

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Feridas da Alma


Madrugada, daqui a pouco
Já é de novo verão
Noite quente sufoco
Insônia, lembranças uma canção...
Alguém me disse que eu só ouvia
Desdenhando disse
Que eu depois dormia
Mas não era eu que dormia, “depois”!
Eu só aquecia e só, via raiar os dias...
Diz ser cobrança a menção da oração
Realmente pensa, acredita
Pois tem marcas no coração
Feridas da alma não cicatrizam...
Ó meu Deus!
Qual é valor de uma prece?
Meu anjo da guarda me assopra:
_ “O preço é o apreço assim me parece”!
O galo canta ao longe
Persigno-me é hora da Ave Maria
Olhos Coloridos amanhece
Elevo uma prece para, para...
Agradeço por mais um dia!
Imagem Google

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Chuva de pedra em campo resequido


É fim de estação
Últimos dias de primavera
Os ventos do sul
Se foram levando as chuvas
Para banhar o semi-árido
Os ventos que de lá se vieram
Achegam-se por cá secos, estéreis
As paisagens de a cá
Assemelham-se com as de lá
Campos sem o verde da esperança
Ressequidos, amarelados
Pela falta de chuva...
Por cá ai uma atmosfera triste
Pois se percebe que as chuvas
Também nos são indiferentes
As poucas chuvas que se vieram
Achegam-se
Frias e com pedras, granizos
Querendo destruir o resto
De esperança do vivente...
Vai-se findando aquela
Que deveria ser a estação
Mais bela, mas
A beleza esta nos olhos
De quem a vê
Mesmo sendo fria e destrutiva
É mui linda uma chuva de granizo
As pedras são de gelo,
Gelo é água e água é vida...
Imagem Google