Vera

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Feridas da Alma


Madrugada, daqui a pouco
Já é de novo verão
Noite quente sufoco
Insônia, lembranças uma canção...
Alguém me disse que eu só ouvia
Desdenhando disse
Que eu depois dormia
Mas não era eu que dormia, “depois”!
Eu só aquecia e só, via raiar os dias...
Diz ser cobrança a menção da oração
Realmente pensa, acredita
Pois tem marcas no coração
Feridas da alma não cicatrizam...
Ó meu Deus!
Qual é valor de uma prece?
Meu anjo da guarda me assopra:
_ “O preço é o apreço assim me parece”!
O galo canta ao longe
Persigno-me é hora da Ave Maria
Olhos Coloridos amanhece
Elevo uma prece para, para...
Agradeço por mais um dia!
Imagem Google

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Chuva de pedra em campo resequido


É fim de estação
Últimos dias de primavera
Os ventos do sul
Se foram levando as chuvas
Para banhar o semi-árido
Os ventos que de lá se vieram
Achegam-se por cá secos, estéreis
As paisagens de a cá
Assemelham-se com as de lá
Campos sem o verde da esperança
Ressequidos, amarelados
Pela falta de chuva...
Por cá ai uma atmosfera triste
Pois se percebe que as chuvas
Também nos são indiferentes
As poucas chuvas que se vieram
Achegam-se
Frias e com pedras, granizos
Querendo destruir o resto
De esperança do vivente...
Vai-se findando aquela
Que deveria ser a estação
Mais bela, mas
A beleza esta nos olhos
De quem a vê
Mesmo sendo fria e destrutiva
É mui linda uma chuva de granizo
As pedras são de gelo,
Gelo é água e água é vida...
Imagem Google

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Fim de estação


Então se veio o setembro, mas dantes que a primavera
Ponha as flores nos campos e o verde nas folhas
O inverno trás uma nova frente fria
Quiçá seja a ultima grande friagem
Que cobrira os campos de geada
Quiçá a l'’ultima neve dantes da primavera.

É setembro de novo o mês do equinócio
O tempo em que noite e dia tem o mesmo tempo
A hora que determina a chegada da primavera
E que marca o fim do inverno.

É fim de mais um ciclo vem ai a nova estação
Tempo de repensar tempo de renascimento
A natureza trás uma nova emoção
É tempo de dar um tempo
Pra poesia na poesia na solidão

Nas manhas de setembro passear
Ouvir o canto dos pássaros
Aspirar o perfume ver as flores
Sentir no rosto do vento o afago
E a beleza do alvorecer

Excusa-me poesia
Vou te deixar na primavera
Minha falta não será sentida
As marcas que deixei com minha pena
Podem sempre serem relidas...
Imagem Google

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Estresse


Ao sul clima úmido, frio
Pressão alta no olho, na nuca
Estresse, quiçá? Só quem sentiu
Dipirona na veia dose única

Ao norte calor clima desértico
 Secura quadro alérgico
Estresse, no lo se. Posologia
Corticóide uso tópico

Ai estresse no silencio também
Pressão psicológica, ansiedade
A falta de algo de alguém
Todo tempo Saudade!

Tempos modernos
Certas, incertas prioridades
Atividades falta de tempo
Estresse Viva liberdade!!!
Imagem Google

domingo, 21 de agosto de 2011

Nature


Não quero lhes falar por falar
Das naturais coisas da vida
Nem lhes falar do que vivi
Naturalmente são coisas da vida

Se alguém me perguntar
Sobre amor e paixão
Direi que naturalmente é natural
A primavera é a minha estação

Não sou bom nem mal
Sou parte da natureza
Um elemento natural
Com certezas e incertezas

Entre os elementos o ar
Às vezes brisa refrescante, suave
 Vento, ventania, vendaval capaz
De enfunar uma vela ou causar um desastre

Deixo naturalmente alma voar
Para o norte nos ventos do sul
É de sua natureza planar, voar
No infinito no céu azul

Mas sei que almas e pássaros não são iguais
Naturalmente têm diferentes plumagens ou cor
O único capaz de voa pra frente e pra trás
Naturalmente é o Beija flor
Imagem Google


sábado, 13 de agosto de 2011

Story



Há momentos na vida
Em que semeamos estrelas...
E a mesma vida as apaga
Por medo ou por paga
A vida as sufoca e as cala...

É mais fácil ignorar
O que parece não fazer sentido
Passa-se a sintetizar...
Não é só com as mãos
Que deixamos marcas...

Não controlamos sentimentos
Apenas dissimulamos
Somos racionais, “somos humanos”...

Nada posso...
Não sou livre pra dizer
Espero ouvir sinceramente!
 Qual o sentido e o porquê

A nudez nos torna óbvios
Frágeis e sinceros...
E assim tão, tão distante
Mais distante se parece!

É mais ou menos assim
Do outro lado existe outro mundo
Um mundo sem mim
É a vida...

Brilhos palcos...
Imagens a todos exibida
Mas sonegadas aos enamorados
Escolha feita prossiga
Imagem Google

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Encantado


Como explicar este encanto,
Esta paixão que o peito assola?
Que trás o riso e o pranto
Que o coração fere e desola

É como uma ânsia que toma o ser
Na madrugada, no amanhecer
A cada dia que passa
No fim de tarde ao anoitecer

Quiçá seja como o canto da sereia
Chamando das profundezas do sem fim
Entoado um nome de rara beleza
Que não diz o que há de vir

O nome entoado no canto das sereias
Diz ao encantado o nome de sua amada
Repetido tantas vezes quanto os grãos de areia
Que existem nas praias e nas enseadas

 Um canto único que seduz
Como magia que inebria
Depois das profundezas o reconduz
E abandona o agora louco, na praia.
Imagem Google 

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Contra capa do livro Crônicas ou coisa parecida "Taipas"

Estrela Cadente

Numa marcha lenta sobre meu pingo
Vou pensando nela, em tudo que sinto
Vou no rumo do rancho de volta da lide
Por debaixo do poncho o coração me arde

Já de chegada cevo meu mate
E me abanco ao pé da janela
E fico bombeando pela vidraça
La no céu a estrela xirua

Cai à noite e no céu silente
A estrela xirua já tem companhia
Uma estrela cadente cruza o horizonte
Faço um desejo por ti guria...

Estrela que se despenca
Te peço que faça acontecer
Traga pra mim esta prenda
Pois ela é o meu bem querer!


segunda-feira, 25 de julho de 2011

Filosofer


Um projeto de vida deve ser, é viver
Não o que fazer com a vida
As melhores coisas da vida
Foram-nos dadas de graça
Um dia de sol a chuva
O amanhecer o entardecer
A lua as estrelas as madrugadas
Tudo isso encanta, inspira
Um aprendiz de poeta.

Mas o tempo não tem tempo
Por isso parei de contar o tempo
A gente vive morrendo o tempo todo
Morrendo aos poucos cada um há seu tempo
A morte se pertence, existem outras vidas,
Penso assim, nada acontece antes do seu tempo
 Quiçá em outros tempos, haja um seu tempo...

 Um poeta escreve por gosto
Não espera nem busca recompensa por isso
O que por cá é escrito não foi escrito num dia
Tem erros de escrita quiçá precise de retoques,
De correções, assim como a vida
Coisas da vida...

Sendo um ser humano às vezes penso
Se tudo isso é certo ou errado
Às vezes chego a pensar que
Somos parte de um plano,
E assim sendo já temos
Nossos destinos traçados
Mas e o livre arbítrio?
Vou pensar, eu vou pensar... 

Imagem Vera Lúcia 

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Senhor sem Asas


Sou um homem apenas
Já fui poeta, homem
Mas a musa cortou-me uma asa
Separando o poeta do homem

Minha poesia, sem uma asa
Se recente da mulher, musa
Com uma asa não se pode voar
E a poesia não voa, fica reclusa

Diz a Musa que poeta é um Anjo
O poeta diz ser um homem apenas
A musa tem seus planos
E o poeta suas lembranças...

 Asas, não as tenho, vôo sem elas
Sou um homem não um anjo,
Mas minh’alma essa sim é alada
É em suas asas que  eu vôo...
Imagem Google

terça-feira, 19 de julho de 2011

Licença Poética


Os ventos quentes do norte
Condensam-se nas superfícies frias
Proliferando a umidade
Com o calor da ventania

Ventania que desnorteia
Que se achega com a mudança de lua
Dentro das casas, umidade e frieza,
Abafamento e calor na rua

E assim fica o clima
Com destempero de temperatura
Assim fica por três dias
Cessam os ventos e cai chuva

E em versos eu falei
Que sem o tal do vento norte
Eu não saberia mais viver
Em verdade poetizei

A licitude poética assim me permite
Com o vento norte ninguém acostuma
Causa desassossego a todo vivente
Quando ele sopra a gente se desapruma
Imagem Google

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Estações


Já faz tempo, muito tempo
Tempo em que corria livre a “Gazela”
Tempo em que havia a flor e o jardineiro
Era setembro, havia um jardim, era primavera

Veio o verão com suas noites calientes
O jardineiro transformou-se em um morcego
E a flor em um beija-flor indolente
Que abandonou o jardim por não ter por ele apego

O outono disse a que veio
Caíram as folhas expondo o ninho
Que mesmo exposto ao abandono
Ainda conservava o calor e o carinho

E veio o inverno um longo e frio inverno
Mesmo assim, como colônias de fungos,
Proliferaram versos e poemas,
Pois a paixão não arrefeceu nem um segundo

Então ela voltou era de novo primavera
Mas o beija flor nunca vai mudar
Nunca mais será a flor ou Gazela
É mais forte o seu desejo de voar...
 Imagem Google

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Margarida Pedra


Ela, a flor tão bela!
Sepultou-se sob a indiferença e a frieza
Igual a dos paralelepípedos
Que revestem as paralelas retilíneas
Das ruas sem esquinas
Pois para a flor não há tempo
O jardim não lhe serve de lugar
Mas sempre existe a esperança
Pois a natureza é prodiga
E é capaz de fazer brotar flores
Até mesmo em meio às pedras...
No jardim dormitam as sementes
Encobertas pelas folhas mortas
Que os ventos sacaram dos ramos no outono
Protegida da frieza igual a da estação atual
E assim se vão ficar por todo o inverno
Alguma quiçá a natureza ira salvar
E venha a brotar em outro momento
Quiçá, talvez, quando a prima vera voltar
 Imagem Google

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Inverno


Entoces se veio à chuva
Depois de três dias de vento norte
Ventos com um calor fora de época
Que desnorteiam qualquer vivente

E o inverno se configura
Depois da virada do meio dia
Derrubando a temperatura
Em meio à chuva e ventania

É o primeiro dia de inverno
Uma tarde úmida e fria
Será a noite mais longa do ano
Escurece antes da hora da Ave Maria

Doravante as noites vão se encurtando
Quem tem esperança não se desespera
Las auroras llegarán mas temprano
E em setembro voltara à primavera
Imagem: ilsonpoeta

domingo, 19 de junho de 2011

Crônicas ou coisa parecida "Taipas"


PILCHA. 7
ESTÓRIAS DO SUL. 10
DOMINGO TEM GRENAL! 14
NATAL NO CAMPO.. 16
CAMBICHOS. 19
MUSA. 24
OS TCHÊS. 28
VISITA A TCHÊ LOCO.. 37
TCHÊ LOCO E OS PRECONCEITOS. 51
O GUASCA NO TELEFONE. 55
O MORCEGO DO GALPÃO.. 58
RIO MUERTO.. 61
HERANÇAS. 72
FILHOS CRIADOS. 81
CONCLUSÕES. 87
DESPEDIDA. 90
LUNA. 97
GÊMEAS DE FATO ALMAS GÊMEAS. 117
TAIPAS. 124
“3 TS” 127
O PEDRA. 139
MEA CULPA. 148
RECORDANDO TCHÊ LOCO.. 151
PRETO.. 154
WYDAD.. 159
MUTIRÃO.. 164
PERDIZ. 170
ENTONCES ME DESPEÇO.. 179
CARTA DE TERENCIO.. 188
NO GALPÃO LÁ  NO FIM DO MUNDO   190


quarta-feira, 1 de junho de 2011

Sonho Maior


Já faz tempo, foram tantas luas
Tantas chuvas e ventos, mas
Continuas igual como as pedras das ruas
As palavras hoje ditas aos ventos
Refletem-se num céu de chumbo ato reflexo
Gritam-me certo nome nos ecos
Nas lembranças estas imagens
Desenham o quadro que dói mais
Pois todos os escritos e todos os ditos
Não mudam os dias que são iguais...

E por falar do amor, da vida dos sonhos
Bem sei que a vida não é um sonho
Mas também sei que ninguém vive sem sonhar
Que o amor edifica a vida de quem ama
E que o olhar reflete a tristeza
De quem deixou de sonhar...

Ai aqueles que não sentem que não vêem
Que as mudanças que acontecem
Não vão mudar o que tem que acontecer
Não existem maneiras ou elixires mágicos
Ninguém pode rejuvenescer ou retroceder
Nossos destinos são os mesmos, são iguais
Aos dos que vieram antes de nós.
Pelo menos com todos aqueles que elegeram
O amor como sonho maior...
 Imagem Google