Taipas II
Tenho medo das grandes estiagens
Pois quando o sol brilha alguns esquecem
Das chuvas e da fúria das águas já outros
Sentem sua falta e por isso padecem
Num misto de pena e desgosto...
Enquanto o sol brilha alguns edificam
Em leitos por onde os rios cruzam
Confiando nas frágeis taipas irregulares
Ceifam arvores que dariam bons frutos
E também formavam as matas ciliares...
Já os que com a seca padecem
Mesmo sofrendo respeitam as margens
Pois sabem do furor de um rio entaipado
Que suas águas levam embora e destroem
Tudo em que em seu leito foi edificado
E o rio corre livre em seu leito natural
Em busca do mar que é o seu destino
Mas logo alguém já o vem entaipar
Querendo mudar seu rumo, seu caminho
E a sua própria natureza violentar...
imagem Google
Nenhum comentário:
Postar um comentário