Vera

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Das Palavras...


Das palavras...

Elas tantas palavras
Que foram lançadas e se perderam
No abismo da descrença...

Palavras que se queimaram no tórrido verão.
Estas palavras, algumas delas,
Desconsideradas e em cinzas perderam-se
Nas brumas das manhas outonais...

Recolhe então o poeta infante
Algumas poucas que ainda ecoam
Talvez as use como lenha
Para aquecer-se no inverno
Que bate a porta obstante...

Sua alma, seu arco.
Não mais se distendera
A lançar palavras...

La fora cai à chuva a natureza também chora
Ca dentro memórias se desenham na vidraça...

E as palavras que do âmago brotam,
Elas agora hibernam enregeladas
Não serão mais lançadas
Pois iriam se despedaçar armadura
De gelo que por ironia também queima
Tornado a alma fria e escura.
Exaurido o poeta  infante  Capitula
Pena... Acontece!.
Imagem:Google

domingo, 20 de junho de 2010

O desjo da fada

O desejo da fada
Carrego no peito está paixão
Mas não sou escravo dela
Os escravos da paixão
Submetem-se a ela...


Ela que é como pura inconstância
Que tão somente considera
Seus medos e magoas
Suas ânsias e suas vontades...

Cá no peito levo um grito calado
Os espelhos da alma refletem imagens reais
Um dia vai se aperceber do fato
De que o maior desejo das fadas
Era o de serem mortais...

Se ressentem, pois algo lhes falta,
Falta o calor nesta chama
E é esta frieza que amordaça
O coração que no peito clama

Coração que ainda é o mesmo,
Mas por incerta razão imita outra forma de ser
Não percebe que este outro ser em verdade
Deseja de coração outra forma de ser
Que não seja na solidão!
Imagem: Google

sábado, 19 de junho de 2010

Caminhante

Caminhante



Apesar de bastante simples
E obvio às vezes pode nos tirar o sono
Tudo na vida é relativo...
O que se dizer de um ser
Que considera que sua felicidade
Não esta conectada a outro ser
Descompromisso não é liberdade
Se pensarmos muito
No que se perdeu no que se sofreu
Não vamos perceber as coisas boas
Que a vida nos deu...

A vida pode ser simbolizada
Por uma cruz duas linhas,
Vertical: Nossa fé
Em algo efêmero um ser superior
Horizontal: Também uma fé
Só que palpável nossos semelhantes
É bem simples, mas é preciso
Haver envolvimento comprometimento e harmonia
O que não é palpável também degenera atrofia...

Quem segue caminhando
Tem sempre um pé no chão
E o outro no ar
A alternância é que faz
Com que sigamos em frente
Os dois pés no chão
Significa que estrada terminou
Ou que os tropeços de outrora
Engessaram a vontade...
Tire um pé do chão!
Imagem Google

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Racionais

Racionais


Num momento mágico
Seres ditos racionais
Inventaram o conhecimento
Foi o momento mais soberbo
E o mais mentiroso e solitário
Fazemos perguntas com base
No que gostaríamos de ouvir
Intimamente sabemos as respostas
E as distorcemos geralmente...


Ouça a vida deixe que ela te diga
O que ela quer de você
Temos que ter a percepção
Quanto aos outros seres
Que existem alem de nós
Alem de nossas necessidades
E de nossos preconceitos...


Não ouvimos a vida
A cortamos quando nos fala
Pois em vez de ouvir
Ficamos pensando na resposta
E geralmente respondemos
Que isto não é conosco
Que são coisas da vida
Outra vida há qual pouco
Ou em nada valorizamos
Com o que pensam ou sentem
Não tomamos conhecimento...


Podemos dizer que não é
O que em verdade sentimos
Porem nossas ações
Dizem o contrario
Nem sempre quando ouvimos
Escutamos e quando falamos
Não há sinceridade quanto aos sentimentos
Às vezes nos mostramos
Racionais e detentores do conhecimento
E aos outros rotulamos
Com base no que conhecemos
No que já passamos pelo que sofremos...
Imagem Google

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Arco Irrís

Arco Irís


Sempre se pode colorir
Por fora dos contornos
A vida não se resume
A tarefas, mas também
As paixões e sabores...

Não podemos ver o tempo
Apenas o contamos
Os cães são daltônicos
Só veem em preto e branco
Por isso não podem ver
As cores de um arco Iris

Assim somos nós
Em relação ao tempo
Não o vemos passar
Apenas sentimos e contamos

Uma vez eu vi o tempo passando
Pude ver os acontecimentos
Me senti como o cão
Que viu um arco Iris
Mas nem um dos outros cães
Acreditou em mim...

Eu senti, aprendi que:
Do tempo que passou
Muito pouco se resgata
Do tempo que se perdeu
Nada se resgata
Imagem Google

Não sou, faço parte

Não sou, faço parte




Prefiro ter fé em algo
E até estar errado
Do que não ter fé
Em nada...
A fé nunca morre
Mas pode ser esquecida
E este processo começa
Com a perda da fé
Nas pessoas depois
Na gente mesmo
E depois...

Minha fé se baseia
De que tudo é uma soma
De pequenas coisas
Tenho consciência de que
Não sou, mas sim faço parte
Sou filho do universo
E não preciso provar
Nada disso pra ninguém
Pois a prova disso
É que estou aqui...
Isso pode ser onde tudo começa
Mas nunca é onde acaba...
Imagem: Google

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Ser Luz

Ser Luz


No me gusta las multidões
Prefiro à descrição a exposição
Bem sei que quem não visto
Não é lembrado, mas
Não quero ser lembrado por isso

Penso que é muito lindo
O firmamento cheio de estrelas
Mas é mais linda a estrela
Que brilha solitária na alvorada
Minha amada estrela da manha...

Todos somos em algum momento brilhantes
Se a luz do amor nos ilumina nos transforma
Para alguém somos importantes
Para quem de fato nos ama...

Temos nossa luz eterna
Nossas almas nossa luz
E é esta luz que eu buscava
Tu tua alma, tua luz...

Não quero ser luz quem busca ser luz e só brilhar
Às vezes consegue e quando consegue desaparece
Pois sendo luz se desintrega para com a luz se integrar
E é só na escuridão que a falta da luz se percebe...
Imagem Google

terça-feira, 15 de junho de 2010

Alma sufocada

Alma Sufocada

Se diz coerente
Entre o medo, se resguardar
Ser incoerente ter fé,
Ir em frente e acreditar

Mas ai quem prefira
As falsas luzes artificiais
Em vez da luz da estrela
Busca-se um sonho surreal...


Mente ocupada corpo no limite
Preenche-se o vazio
Assim com subterfúgios
E ela a alma inerte, sufocada...

A inércia degenera e atrofia
Surgem escaras e a necrose
E na alma estas feridas
Se ressaltam inconformes...

A falta de fé gera a incerteza
A fé não se baseia
Em lógica ou coerência
E sim no que a alma anseia!
Imagem: Google

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Lunáticos

Lunáticos
De alguma forma somos todos lunáticos
Suscetíveis a ou com fases como a lua
Nem sempre somos o que aparentamos
Parecemos diferentes dependendo da forma
Como outra luz nos atinge se nos ilumina
Podemos ser ou somos a lua cheia que brilha

Defendemo-nos assim temos apego
O que nos dificulta a nos assumirmos
A deixarmos para trás realmente
O que supostamente abandonamos...
Talvez isso mude mais adiante
Ou continuemos sendo sempre
A imagem da lua minguante

Inconscientemente nos resguardamos
Não damos a outrem conhecer iluminar
O que outrora partilhamos...
Mantemo-nos fieis sem o perceber
E dizemos que é por prazer
Que a solidão cultivamos
Somos então lua nova, mas
Nos dizemos crescente...

É como quem sai à rua
Em noite de chuva e ventania
Mas deixa a porta aberta
Para se puder voltar
Se o vento ficar muito forte
Se a chuva estiver muito fria...
Imagem Google

sábado, 12 de junho de 2010

Em suas mãos

Em suas mãos


As historias são parecidas, tanto é que,
Às vezes, se usa a de outrem como ilustração
Para a nossa e assim supostamente se renasce...
Mas tudo esta em suas mãos

Mudanças radicais
E a opção de se priorizar o palpável
Em detrimento dos sentimentos
Isso é renascer?

Encontrar o equilíbrio
Depende de nossas escolhas
Se deixarmos algo preterido
O tempo já passou o tempo voa...

E em suas mãos
Algo assim frenético veio foi
E como vem se vai sem emoção
Um momento eloquente e depois...

Sonhos sonhados não se reprisam
É preciso encontrar, buscar uma nova versão
Nada vai renascer enquanto magoas vicejarem
O que resta depois do monologo das mãos?
Imagem Google

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Alma Eterna

Alma eterna 

Nestes dias nebulosos
A alma parece dormente
E no silencio destes dias
As magoas germinam
E desabrocham a noite
Tal qual a orquídea negra
Sem cor, sem perfume,
Sem alma, sem nada...



Pouco importa
Outro dia amanhecer
Tudo vai ser o mesmo de ontem
E não seremos o que nunca fomos
Não podemos ser parte da história
Pois tudo é feito para que fiquemos
No escuro e a margem dela...



A consciência do ser me diz que:
Se preciso lembrar que sou
É porque em verdade não sou
Tudo na vida há seu tempo
Cresce, amadurece e envelhece
Apenas os olhos são coerentes
Porque são eles o espelho da alma
Que brilha eternamente!
Imagem Google

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Pela Manha

Pela Manha

As rosas amarelas foram lá deixadas
No mesmo banco no mesmo jardim
No silencio da manha nebulosa
No enlace o lembrete diz assim:

...”guardem as rosas do peito do poeta”!
Elas foram pisoteadas mais uma vez...
Triste sensação bem melhor
Que não TiVera...

Deveras ai coisas que não se explicam
E se quer se justificam com palavras
Nem que se grite aos ouvidos
Pois a fala é uma característica humana
Às vezes confundida, insensível e ou sarcástica...

Ai coisas que não se sente
Por bel prazer, por querer
Algo que brotou do inconsciente
E nos espelhos da alma se reflete
Quem quer que a perceba dela se recente...

Imagem: Ilson Rogério

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Lua Nova

Lua Nova




Nesta fase da lua
Em que só as estrelas brilham
Sentimentos de usura
Da alma se apoderam...

Com a escuridão dos astros
As noites são pura amargura
Pois não se tem mais os afagos
Dos suaves raios de lua

A noite escura é como o breu
Na lua nova só se vê as estrelas
Que brilham num apogeu
Tal qual o brilho de uma quimera

Nestas noites sem a lua e sua luz
Por meu sonho não mais procuro
O que não serve a Venus
De nada adianta a Saturno...
imagem Google

terça-feira, 8 de junho de 2010

Digitalização

Digitalização



Os números, caracteres contam a história
Marcam medidas, pausas e as paralelas
Também na dança seja ela
Na arte ou nas paralelas da vida
Mas os números podem ser mascarados
Deturpando estas linhas e sua formatação
Dependendo do numero de linhas
As imagens podem ser falsas, distorcidas...

Em tempos de era digital há quem diga
Que amor e fé deixaram de existir
Tornaram-se virtuais, pois são efêmeros
Mas há quem diga que isto é impossível
Pode ser que quem duvide do amor e da fé
Tenha se desiludido com seu semelhante
Tornando-se cético e incrédulo
Mesmo assim se diz crente no ser supremo

Nada do que os outros digam ou façam
Vai importar no fim das contas
O que importa realmente a nós
É o que sabemos, sentimos e quiça
A nós mesmos sonegamos
Existe um motivo para tudo
Mas sendo este o motivo
O outro ainda é a sua motivação

A natureza não pula etapas,
Mas existem exceções a regra
Às vezes a natureza se atrasa
Pois não pode ser reformatada
Tudo ao seu tempo tem que ser assim
Não tens idéia do quanto custa a mim
O quanto me dói deixar assim...
Imagem Google

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Taipas II

Taipas II


Tenho medo das grandes estiagens
Pois quando o sol brilha alguns esquecem
Das chuvas e da fúria das águas já outros
Sentem sua falta e por isso padecem
Num misto de pena e desgosto...

Enquanto o sol brilha alguns edificam
Em leitos por onde os rios cruzam
Confiando nas frágeis taipas irregulares
Ceifam arvores que dariam bons frutos
E também formavam as matas ciliares...

Já os que com a seca padecem
Mesmo sofrendo respeitam as margens
Pois sabem do furor de um rio entaipado
Que suas águas levam embora e destroem
Tudo em que em seu leito foi edificado

E o rio corre livre em seu leito natural
Em busca do mar que é o seu destino
Mas logo alguém já o vem entaipar
Querendo mudar seu rumo, seu caminho
E a sua própria natureza violentar...
imagem Google